Querido Pai Natal,
Suponho que esteja confuso
por lhe estar, de novo, a escrever, não é verdade?
Acontece que neste Natal
decidi voltar a falar consigo, regressar à minha infância, aos momentos em que
lhe escrevia cartas, todos os anos de coração cheio, de brilho nos olhos, cheio
de esperança que visse a minha carta e que na manhã do dia 25 de dezembro
estivesse, debaixo da árvore de Natal, o que lhe tinha pedido. Na verdade, este
ano, o meu pedido será muito diferente. Já não sou aquela criança que lhe pedia
imensos brinquedos, bicicletas novas e ursos de peluche. Mas, certamente, que
não se esquecerá de mim e me enviará o que lhe vou pedir (e, na verdade, todos
temos uma criança dentro de nós).
Eu apenas quero um cofre, em
forma de coração e de cor vermelha. “Para quê?” estará a questionar-se.
Para quê? Para guardar todo
o amor que tenho para dar, os momentos felizes, o meu sorriso, os meus sonhos,
a felicidade que quero partilhar, o brilho do meu olhar, os meus desejos, a
minha força, as lágrimas de felicidade, as gargalhadas de pura alegria, as
minhas aprendizagens, a confiança, lealdade, saudade, a criança que vive dentro
de mim e tantas outras coisas que tenciono preservar.
Onde o vou guardar? Bem
dentro do meu coração, onde nunca me poderá escapar e permanecerá para sempre.
Um abraço,
João Silva
É tão bom ver renascer a
criança que há dentro de mim! Que isso aconteça todos os anos e a todas as
pessoas!
Sou uma criança cheia de
felicidade e sonhos.
Bom Natal!